Reinaldo

O fim de uma Era

Acabou o ano de 2010 e com ele o mandato do Presidente mais popular da República.
Essa afirmação é feita pelos institutos de pesquisas que lhe atribuíram quase 90% de aprovação, mas que na prática não há como medir ainda se Lula foi ou não o melhor de todos que ocuparam o cargo.


Quando se fala nisso e destaca sua popularidade, logo surge alguém da situação ou oposição para contestar.
Para alguns, Getúlio Vargas deve ser considerado o mais popular da história.
Para outros Juscelino Kubitschek é imbatível e é quem merece esse posto.
Discussões a parte, quero aqui emitir em poucas linhas, a minha opinião sobre o que vi acontecer nos últimos 25 anos da História do Brasil, vamos a ela:
1985- Após belíssimas manifestações e uma campanha sistemática em pro das eleições diretas, o Brasil fechou o ciclo da Ditadura e elegeu de forma indireta um Presidente do gosto popular.
Tancredo Neves, que não chegaria nem assumir, pois viria a óbito e não tomaria posse.



Entra em cena o então Vice Presidente eleito pelo Colégio eleitoral, José Ribamar Sarney que Governou o País por cinco anos e foi o primeiro Presidente pós Ditadura.
O grande feito do Governo José Sarney foi à mudança da moeda de Cruzeiro para Cruzado na tentativa de controlar o mostro da inflação. Não deu certo e seu plano naufragou.
1990 - Após a primeira eleição direta no Brasil depois do Golpe de 1964, Fernando Collor de Melo assumiu levando consigo a esperança de milhões de Brasileiros de que a vida iria melhorar com um "Caçador de Marajás" no comando.
Logo Collor e sua Ministra de Economia, Zélia Cardoso de Melo apresentaram ao povo suas credenciais, seqüestrando a poupança da nação, bloqueando contas bancárias e levando o cidadão ao desespero. Era o caos.



Dois anos após assumir o mandato, Fernando Collor foi expulso do poder pelo povo que o colocou lá, mas que acabou chegando à triste conclusão de que era Collor o próprio Marajá.
Neste Período esteve em cena a figura nefasta de Paulo César Farias, o tal PC que foi apontado como o engenheiro do esquema de corrupção que assolou o Brasil naqueles anos, que de coloridos não tiveram nada. O Brasil é conhecido por não ter memória, jamais vai esquecer que o portador de suas esperanças, traiu de forma vergonhosa a Pátria Amada.
Sai Collor de Melo, entra o que era para ser só uma figura tapa buracos, Itamar Franco.
Sua passagem pela Presidência não foi de toda obscura, além da fama de galã namorador, Itamar franco também reivindica para si, a glória de ser ele o Pai do Plano Real.
Em 1º de Julho de 1994 a moeda forte da América do Sul entrou em circulação e era Itamar Franco o mandatário da Nação quando isso acorreu. Muitos nem se lembram disso.
Fernando Henrique Cardoso, então Ministro da Fazenda, ganharia fama e a eleição naquele ano, para depois Governar por oito anos ininterruptos, fortalecendo a política econômica que sempre diz ter sido sua própria e mais brilhante invenção.



Com Fernando Henrique, que governou o Brasil de 1995 até 2002, o País e o Real atravessaram crises mundiais e desconfianças internas sobre o seu sucesso e eficácia.
Naquele momento muitos não tinham dúvidas de que FHC era o maior estadista que o Brasil já produziu.
Em 1º de Janeiro de 2003 entra em cena aquele que escreveria um capítulo especial na história do Brasil. Luiz Inácio Lula da Silva, o operário sem formação superior que virou Presidente da República.
Quando Lula chegou ao Palácio do Planalto, ele já não trazia consigo as idéias esquerdistas e revolucionárias de outrora. Ao se declarar candidato, Lula e o PT já se mostravam mais flexíveis aos olhos do Mundo e principalmente dos Brasileiros.



Escolheu um Político-Empresário para compor a chapa, José de Alencar, dono da Coteminas e a pessoa responsável a transmitir aos mercados, organismos estrangeiros e ao povo Brasileiro a tranqüilidade necessária para eleger Lula Presidente.
O Recorde de popularidade alcançado por Lula em sua saída do poder tem tudo a haver com os ex Presidentes que passaram pelo Planalto. Os quase 90% de aprovação do metalúrgico que virou Chefe da Nação foram construídos ao longo destes 25 anos por Sarney, Collor, Itamar e FHC.
Se o PT tivesse obtido sucesso nas eleições em 1989, provável que o radical Lula e suas idéias revolucionárias fossem boicotados pelo Congresso Nacional e jamais teria escrito seu nome na história.
Foi muito bom para o Brasil de hoje, que FHC vencesse o pleito de 1994, pois se aquela chapa Lula/ Mercadante chegasse ao poder naquele momento, talvez hoje o Real não existisse mais.
O mesmo pode se afirmar sobre o ano de 1998, onde o radicalismo de achar que tudo estava errado era mais forte, até por que o Vice de Lula era o também radical Leonel Brizola.
Então veio 2002, logo na campanha já se percebia um Lula diferente, mais maleável, comunicativo, menos reclamão e até light com os adversários, ao ponto de receber o apelido de “Lulinha Paz e amor”.
O Lula que antes pregava a insubordinação ao FMI e o calote na dívida externa, agora já admitia pagar integralmente todos os compromissos assumidos.
Logo Lula percebeu que a política econômica de Fernando Henrique Cardoso, não era de todo mau e por isso resolveu manter a linha traçada por Pedro Malan, sem tirar, nem pôr nada. Deu certo.
Os papéis se inverteram e quem passou a reclamar dos juros e da economia foi o Vice Presidente Empresário, José Alencar que não perdia a oportunidade de dar alfinetada no Banco Central e sua política de juros.
Lula foi inteligente ao manter tudo como estava na pasta e também ao convidar o Goiano Henrique Meirelles para comandar o BACEN. Um nome internacional que transmitiu em seus oito anos de Governo a segurança que os mercados precisavam ter.
Os quase 90% de aprovação e ter seu nome escrito em letras garrafais na história do Brasil, Lula deve um pouco aos seus antecessores. Seja pelas boas idéias ou pela lambança que estes fizeram antes do seu governo.
A popularidade de Lula e o bom governo na opinião da maioria aumentam sobre maneira a responsabilidade da primeira mulher Presidenta do Brasil. Dilma Rousseff tem como parâmetro de comparação o Governo Lula e sabe que qualquer coisa abaixo do que fez seu antecessor pode significar duras críticas a sua gestão.

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